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   DESIGNER E ARTISTA DA MADEIRA

Vanderlan Mota transforma resíduos florestais em irresistíveis peças para a confecção e decoração de moveis de madeira Amazônica. Surpreendente, inovadoras, assimétricas, anatômicas e únicas. Assim podem ser definidas as esculturas/peças mobiliarias cuidadosamente elaboradas pelo professor, escultor, designer, e artesão manauara Vanderlan Santos Mota, com o aproveitamento da matéria prima que antes seria descartada-árvores centenárias mortas por ações irresponsáveis dos homens , a citar uma imensa área alagada para viabilizar a implantação da Hidrelétrica de Balbina no Amazonas, sendo um dos maiores crimes ecológicos no Brasil, perdendo apenas para o desastre de Mariana em Minas Gerais e a área inundada de Belo Monte no estado do Pará.

 

Do material extraído do lago de Balbina, nascem mesas, cadeiras, bancos, camas, cubas, banheiros, revisteiras, sofás, o que a criatividade assim propiciar e ganham formas especiais proporcionando para os ambientes a naturalidade dos veios e as marcas da ação do tempo. “Sempre estive preocupado com o desperdício da madeira e apostei nas infinitas possibilidades de aproveitamento desse material,” ressalta Vanderlan Mota.

 

“Tudo começou com meu pai, Vinícius Mota, que fazia móveis de vime, do cipó amazônico. na oficina dele na Rua Borba, bairro Cachoeirinha em Manaus. Desde pequeno, eu e minha família trabalhávamos na oficina e eu confeccionava meus brinquedos. Sempre observei a forte presença do aproveitamento de materiais, ou seja, resíduos florestais. E isto nos idos dos anos 1970/80. A partir de então questionei-me sobre a possibilidade de aproveitar cada material de forma sustentável. Com um olhar particular, após anos de estudo, até chegar a cursar o mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, no Centro de Ciências Ambientais, CCA. da Universidade Federal do Amazonas, UFAM 2000-2002, este olhar voltou-se para os móveis utilitários com uma visão particular e sempre respeitando as formas anatômicas encontradas em cada peça. As toras maciças, raízes desenterradas, troncos ocos e galhos em sua forma natural são verdadeiras obras de arte, a natureza esculpe e eu simplesmente faço o polimento, é necessário ter o olho clínico na peça para observar o designer do objeto.” Afirma Vanderlan Mota.

                                                                          GARIMPO MINUCIOSO

Na busca do material o professor Vanderlan Mota aprendeu a ter paciência e dedicação com a matéria prima para assim dar início ao trabalho. A pé, de cavalo, de canoa e com ajuda de caboclos e nativos da Comunidade de Rumo Certo em Presidente Figueiredo, inicia-se jornadas árduas de garimpagem de dias e mais dias na busca do tronco perfeito. Conseguir a autorização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e IBAMA, na forma da lei, foram passos fundamentais para coleta e transporte do produto ate Manaus. Esta é a saga do designer da madeira que sai à procura de material. “Desde que não tenha sofrido danos irreversíveis, é possível usar todas as partes das árvores”. Afirma Vanderlan Motta.


                                                                           ESCULPIDAS À MÃO

Quando chegam no ateliê as peças demoram em média meses na secagem para ficarem prontas, dependendo do tamanho. O acabamento especial é dado com a valorização das formas e texturas naturais. Na pintura e finalização utiliza selador e verniz incolor nas peças para valorizar a cor natural da madeira.

 

O designer coordena uma equipe de artesãos para colocar em prática todas as suas ideias. Ele mesmo faz marcações com lápis ou giz nos locais que precisam ser cortados. “Minha intenção não é apenas produzir objetos funcionais, mas levar de forma harmônica a árvore de volta ao convívio humano”, afirma.

 

Ressalta ainda que o toque final é feito com ferramentas manuais e lixadeira para deixar a madeira lisa. O brilho fica por conta do verniz fosco e cera, os valores são variados, ser um intérprete da natureza, requer muita  criatividade, para não prejudicar o natural das peças, por isso sempre faço e ofereço peças exclusivas, avalia Vanderlan.

                                               

                   CIPÓ-TITICA

No Brasil, o cipó-titica é uma planta típica da Floresta Amazônica que ocorre em áreas de terra- firme. Trata-se de uma trepadeira que, apesar de iniciar sua vida como plântula terrestre, projeta-se na busca de luz, utilizando, como apoio os troncos e as copas das árvores. Esta planta se alimenta por meio das raízes aéreas que são emitidas em direção ao solo, também conhecidas por raízes alimentares adventícias, e quando atingem o solo são grossas, lenhosas, resistentes e duráveis. Assim, em relação a outras plantas, as raízes do cipó-titica são atrativas para fins econômicos pelo fato de serem fortes e também porque sua epiderme e córtex escuros são facilmente removidos, permitindo a confecção de peças resistentes.

 

Os povos da floresta tropical da América do Sul e Central utilizam os cipós titica e titicão para construção de móveis, artesanatos, confecção de cestarias, armadilhas para peixes e mamíferos, vassouras e material de amarração para quadros de casa, muros, cercas e telhados de colmo. Mas, a finalidade principal está na exportação da fibra como matéria-prima para outras regiões, para confecção de móveis sofisticados. O nome cipó-titica é usado apenas na região Norte; no Sul e Sudeste as fibras de cipó-titica são chamadas de junco ou rattan. No Nordeste denomina-se vime para qualquer fibra natural.

Dessa forma, o cipó-titica (Heteropsis spp.) e similares apresentam grande potencial de diversificação dentro dos produtos não madeireiros com alto potencial de agregação de valor econômico na floresta, somente dependendo de boas práticas de manejo para produção florestal sustentável. Esses cipós não são plantados comercialmente, e toda a matéria prima utilizada provém do extrativismo realizado por populações tradicionais. Apesar disso, a exploração, da forma como é executada atualmente, sem manejo, torna-se insustentável e pode ocasionar a extinção de algumas espécies regionalmente, com perda significativa, tanto de renda econômica das populações locais quanto da biodiversidade.

 

Hoje em dia, a preocupação com a manutenção da floresta em pé e o seu uso sustentável por meio do manejo florestal das espécies não madeireiras é uma realidade crescente pelas instituições governamentais, pois existem muitas espécies exploradas pelo homem e pouco conhecimento científico e técnico de longo prazo, principalmente sobre a ecologia e o manejo, para definição da viabilidade do extrativismo e do aumento da produção dos produtos não madeiráveis em ambiente natural.

 

Contudo, existem muitas formas de vida vegetais exploradas pelo homem na floresta, com ecologia e manejo diferenciado, como exemplo, o cipó-titica. A espécie teve seus estudos técnicos e científicos de manejo iniciados no final da década de 90, e intensificados nos últimos 10 anos, possibilitando o melhor conhecimento do comportamento ecológico da espécie e os efeitos da exploração das suas raízes. Além disso, sendo também a base técnico-científica para as normatizações da correta exploração e manejo sustentável desse importante recurso vegetal de importância para o setor moveleiro e da vida Amazônica.

Finalmente as peças trançadas com as fibras, podem resultar em móveis, molduras de espelho, chapéus, telas de luz, cestas, cadeiras, mesas, sofás, bancos, luminárias e outros enfeites domésticos. 

                   

                   ALÉM DO QUE É

Depois de encontrar peças únicas, o professor Vanderlan Mota aproveita outros materiais para dar uma singularidade maior em produtos produzidos em seu atelier. É onde, fortemente, entra a influência do seu pai na feitura e aproveitamento de materiais. Aos novos projetos utiliza cipó titica,  palhinha sintética, vidro temperado, cerâmica, aço inoxidável, cordas, e o que a criatividade assim permitir.

Atualmente, o Doutor em Biotecnologia para a Saúde, cursa Arquitetura e Urbanismo e busca inspiração nas folhas, galhos, troncos e sementes amazônicas e dos desenhos às maquetes conclui suas peças em tamanho original.

Click no link para visualizar uma matéria exclusiva relacionado ao tema:

http://www.jcam.com.br/noticia-detalhe.asp?n=44500&IdCad=3&IdSubCad=51&tit=A%20natureza%20que%20se%20transforma                                                                                                                                  

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